Só dá ela

A cada dia ela está mais sapeca. Requer minha atenção o tempo todo. Detesta ficar sozinha e sabe reclamar direitinho quando não está satisfeita. Aprendeu a mandar beijo com o pai (um beijo adaptado para um bebê de quase 5 meses). Já dá risadinhas e gargalhadas e eu quase me desmancho vendo tudo isso. Adora ver a casa cheia, com movimento, bangunça. Deus sabe o que o futuro me reserva... Tem horas que ela fica olhando fixamente para os meus olhos. Parece até que está me fazendo uma declaração de amor. E está! Eu mal acordo e parece que já vou dormir, pois o dia passa numa velocidade assustadora e a minha vida atualmente está totalmente voltada para ela. Por um lado eu acho ótimo, pois estou tendo o privilégio de poder acompanhar seu crescimento. Por outro, no entanto, me bate uma certa deprê, por achar que a minha vida está passando e eu não estou progredindo profissionalmente. Estes primeiros meses da vida de mãe tem seu lado glorioso, mas também tem seu lado obscuro. A gente cheira a leite, ganha peso, as roupas que estão no armário não cabem, você só fala sobre cocô, papinha e fralda descartável. Leva para dar vacina, leva ao pediatra, faz a papinha, dá a sobremesa. Oferece água e suco, verifica a fralda religiosamente. Se preocupa se está sendo uma boa mãe, se sua filha vai crescer sem ser pirracenta, se vc vai aprender a dizer não, se ela vai gostar de estudar, se, se, se... São tantos ses... No final do dia você está um bagaço, morta de cansaço. As vezes é bom vir aqui e escrever um pouco. Enquanto escrevo vou pensando na vida e recarregando as energias para enfrentar mais um dia. E para ter a certeza de que faria tudo exatamente igual se pudesse voltar no tempo. Por que ser mãe não tem comparação.