quarta-feira, julho 26, 2006

Amor ao próximo

Há um ano, mais ou menos, fiquei muito tocada com um Sr., de mais ou menos 35 anos, que mora na rua. Todos os dias eu passava no Largo da Carioca para ir para o trabalho e, num desses dias, meus olhos encontraram esta figura, encostada nas grades no BNDES, quieta, olhar distante. Ele estava arrumado e limpo. Conforme os dias foram passando ele ficava mais sujo e o seu olhar já não era mais distante e sim de desespero. Mas nunca o ví pedindo dinheiro a ninguém. Isso me comovia muito. Comecei a fazer milhares de deduções para tentar chegar a um porquê para aquele homem estar alí, desta forma, tão sofrido. Várias coisas passaram pela minha cabeça, mas eram só suposições. Resolví então tentar ajudar de alguma forma, mas não gostaria de dar dinheiro. Toda manhã, enquanto eu preparava o café da manhã, sempre que lembrava fazia um sanduiche a mais e quando eu saia do metrô e o via, entregava o sanduiche. E assim foi, por algum tempo. Depois, deixei de passar pelo Largo da Carioca e não o via mais. Hoje, depois que voltei a fazer o mesmo caminho para ir para o trabalho, dei de cara com ele. No mesmo lugar, encostado na grade e ao seu lado algumas revistas da "Ocas" . Ele continua do mesmo jeito, sem pedir nada a ninguém. Todo mundo passa por ele e ninguém se interessa pelas revistas, que, por sinal, são até legais. Resolvi puxar assunto e perguntei se ele estava vendendo as revistas (que pergunta óbvia, mas foi a que veio a minha mente nessa hora!). E ele disse que sim com um sorriso tão bonito, tão luminoso, que eu fico lembrando até agora, horas depois e ainda me emociono. Trocamos mais algumas palavras e segui o meu caminho. Queria tanto ajudá-lo de alguma forma, mas não dá para comprar a mesma revista todos os dias... Tenho que bolar alguma outra idéia. Até lá, acho que posso pedir para que Deus o abençõe durante as minhas orações...

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