quinta-feira, outubro 04, 2012

Vida e morte de Amarelinho

Quando soube que estava grávida eu comecei a ler absolutamente tudo que tivesse relacionado à maternidade. Depois que minha filha nasceu, inúmeras foram as vezes em que busquei livros ou até mesmo a internet para me ajudar a entender muitas coisas e para me direcionar nas decisões a serem tomadas. Amamentação, desfralde, palavrinhas mágicas, etc, etc, etc, para tudo eu buscava informação. Ontem, no entanto eu fui pega de surpresa com um assunto que até então não tinha passado nem de perto pela minha cabeça: a morte. Qual é a melhor maneira de abordar o assunto com uma criança de 2 anos e 8 meses? Em fevereiro a pequena ganhou um peixinho no aniversário de uma amiguinha. Por falta de um nome melhor, o batizamos de Amarelinho. Vamos combinar que peixe não é um animal que interage muito com os donos, mas ele era querido e nos preocupavamos com o seu bem estar. Uma vez eu quase matei o pobre coitado trocando a água da beteira. O bichinho ficou traumatizado, dias sem comer. E eu fiquei com um remorso danado. Outra vez ele pulou no chão e ficou não sei quanto tempo fora da água. Mas foi resgatado a tempo de recuperar o fôlego e voltar a nadar. Dia desses e pequena acordou mais cedo que nós e foi dar o café da manhã dele. Só que ela achou que ele estava com muita fome e derrubou toda a comida do potinho dentro da beteira. Eu mal conseguia encontrar o peixe lá dentro... Até que ontem ele não acordou mais. O enrolamos num paninho branco e fizemos seu enterro no jardim. Achei que seria importante mostrar para ela que ele não sumiu simplesmete. Disse que ele tinha ido morar com Papai do Céu e que não ia mais voltar para o aquário. No seu "caixão" colocamos uma florzinha e folhinhas verdes e nos despedimos. Assim, naturalmente.
 
 




Um comentário:

Marcita disse...

Aqui em casa a coisa foi hardcore. Na sala do meu filho no infantário tinha um peixinho dourado. Na hora das férias de verão eu senti que o peixe ia dançar. Perguntei quem ficaria com o coitado e ninguém sabia e nem se importavam. Eu disse que poderia dar comida ao coitado nos 15 dias de férias e as senhoras da escola disseram que eu poderia ficar com ele (acho que queriam mesmo despachar o coitado). Eu aceitei. Pra manter a água limpa eu comprei um daqueles peixes que "comem cocô" e, para nossa surpresa, o peixito morreu numa das trocas de água. O Bernardo ficou super tenso. Meu marido, delicado, ia jogar o peixe na sanita, mas eu não deixei. Disfarçamos e lá se foi o peixe, no lixo orgânico.
O Dourado ainda vive (Highlander!), mas nem nome tem. O Godot vigia o peixe dia e noite, mas ainda não jantou o coitado. Ainda bem!

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