quinta-feira, julho 04, 2013

Brigar para quê?

Querida filha,
Sei que faz tempo que eu não venho aqui escrever para você, mas é que faltava vontade de arranjar um tempo para sentar aqui e analisar a vida. Sim, pois toda vez que eu escrevo para você eu inevitavelmente faço uma análise da minha vida. Você ainda é muito pequenininha para saber que tem muitos momentos durante a nossa caminhada aqui na Terra que dá uma vontade danada de mandar tudo para as "cucúias", para o espaço e dar uma sumida. Seja porque os sonhos não se realizaram, as pessoas te decepcionaram, o trabalho não deu certo, o bolo ficou solado... sempre vai ter um motivo para te deixar de saco cheio. E a mamãe estava passando por uma fase assim, sabe. Ontem, no entanto, era tarde da noite e eu estava adiantando um trabalho e ouvindo a um programa de tv. O programa falava sobre a fé e sobre como alguns pais fizeram para seguir a vida depois que perderam seus filhos. De repente me bateu um aperto danado no peito só de pensar na possibilidade de uma coisa dessas acontecer comigo. E aí bateu também um baita arrependimento de me estressar tanto com você por coisas tão pequenas... A gente se choca pra caramba, pois nosso temperamento é muito parecido e váááárias vezes eu me pego medindo forças com você. No que diz respeito à comida então... vixi! Quando vc não come a minha paciência some! E ai eu tento te chantagear, invento histórias, faço um alvoroço danado e no final, quem é que ganha? Você! E o pior é que eu sei que você é uma criança super saudável, bem cuidada e não vai ficar desnutrida se não estiver a fim de comer aquele alimento naquela hora. Vamos combinar que todo mundo enjoa de comida de vez em quando, prefere um lanche ou uma outra coisa qualquer. E pq, meu Deus, que eu fico batendo pé com você? Ai a gente fica chateada uma com a outra, vai dormir "de mal", acaba o chamego. Simplesmente para não dar em nada. Portanto, fica aqui a minha promessa de tentar ser uma mãe mais paciente, menos exigente, mais tolerante. Não se engane, pois sua educação sempre terá peso número 1 na nossa rotina, mas prometo não me estressar mais por bobeira.
Quero aproveitar mais sua ternura, suas tiradas cômicas, suas histórias de infância. Quero que eu você tenhamos recordações felizes dessa época tão maravilhosa, tão lúdica e tão inocente. Quero cair na gargalhada quando for te buscar na escola e ouvir das tias a aventura que foi tirar a cadeira da sua cabeça (acredite, você enfiou a cabeça na cadeira e tiveram que quebrá-la para tirar do seu pescoço!). Quero acordar de manhã com o seu bom dia baforento e a sua incansável disposição para ouvir uma historinha. Quero curtir os momentos mais rotineiros e bobos ao seu lado e quero, acima de tudo passar muitos e muitos anos ao seu lado. Te amo ao infinito!




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